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Como a tradição da mídia molda a percepção eleitoral no país

Donald Trump e Kamala Harris em debate da ABC
Donald Trump e Kamala Harris em debate da ABC. Fonte: AFP

A dinâmica das eleições nos Estados Unidos ganha uma complexidade única devido ao papel da imprensa, que, desde 1848, possui a tradição de anunciar os vencedores antes mesmo do resultado oficial. Essa prática, conhecida como “call the race”, é resultado da falta de uma autoridade central para coordenar os pleitos, levando jornalistas e veículos de comunicação a informar os resultados com base em dados de apurações e pesquisas de boca de urna.

Com o embate entre Donald Trump e Kamala Harris se intensificando, a cobertura jornalística se torna uma preocupação central. As principais redes de TV, como ABC, CBS e CNN, se preparam para uma longa noite de apuração, cientes dos desafios que uma possível avalanche de desinformação poderá trazer. Segundo Joe Lenski, vice-presidente executivo da Edison Research, “tudo dependerá dos sete estados muito disputados, e em muitos deles não temos dados o suficiente para fazer uma projeção antes do final da apuração”.

Essa pressão por resultados rápidos tem suas implicações. Na eleição de 2020, o anúncio da vitória do então candidato Biden após quatro dias de contagem acirrou os ânimos, enfatizando a fragilidade do processo eleitoral sob a lente da mídia. O cuidado em não comprometer a credibilidade dos meios de comunicação é uma premência, especialmente em um cenário onde a confiança do público na imprensa está em queda. O advogado eleitoral Ben Ginsberg destacou que, caso um candidato declare vitória antes da contagem completa dos votos, é mera “manobra política”.

Além disso, a necessidade de abordagens mais balanceadas em relação aos candidatos também aparecem como um tema crucial. As vozes alternativas, como as de candidatos independentes, frequentemente não recebem o mesmo nível de atenção, e essa falta de representação pode distorcer a narrativa política. A desigualdade na cobertura se reflete na maneira como a campanha de Marianne Williamson, por exemplo, é minimamente divulgada, apesar de suas propostas inovadoras.

Em meio a esse contexto, a desinformação emerge como uma grande preocupação. Durante as eleições de 2024, tanto a mídia tradicional quanto as plataformas de redes sociais precisam combater informações enganosas, que aumentam a polarização entre os eleitores. O compromisso em fornecer uma cobertura precisa é essencial não apenas para informar, mas também para restabelecer a confiança do público na democracia.

Portanto, a forma como a mídia conduz a cobertura eleitoral influencia diretamente a opinião pública e, consequentemente, os resultados das eleições. Em um cenário onde a precisão é vital, a integridade da imprensa é testada continuamente, sendo imperativo que o foco se mantenha na verdade, longe de preconceitos ou agendas pessoais.

Esperamos que este artigo tenha elucidado a importância do papel da mídia nas eleições americanas. Deixe suas opiniões e compartilhe conosco suas reflexões sobre o tema.

Referências

  • https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2024/11/03/uma-tradicao-eleitoral-dos-eua-imprensa-anuncia-o-vencedor.htm
  • https://www.estadao.com.br/cultura/televisao/eleicoes-eua-2024-estados-unidos-trump-kamala-redes-tv-cbs-abc-cnn-nprec/
  • https://tudooknoticias.com.br/a-influencia-da-midia-nas-eleicoes-americanas-um-impacto-sobre-a-imparcialidade/

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