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O primeiro-ministro húngaro desafia a ordem do Tribunal Penal Internacional.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (à esquerda), e primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. — Foto: Reuters/Marton Monus/Amir Cohen/File Photo.

Na última sexta-feira (22), o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou que convidará Benjamin Netanyahu para uma visita ao país, em clara manifestação de apoio ao premiê israelense, que teve um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Conforme Orbán afirmou em entrevista à rádio estatal, a decisão do TPI “não teve efeito” na Hungria.

“Não temos outra escolha senão contestar esta decisão. Vou convidar Netanyahu para a Hungria, onde posso garantir que a decisão do TPI não terá efeito”, declarou o premiê húngaro. A decisão do TPI foi descrita por Orbán como “descarada” e disfarçada de decisão jurídica, refletindo uma crítica ao que ele considera um descrédito do direito internacional.

O mandado de prisão emitido pela corte em Haia não se limita a Netanyahu; ele também afeta seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, e Mohammed Deif, chefe militar do Hamas, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. A ordem é particularmente significativa, já que Israel, como um dos 124 Estados-membros do TPI, deverá respeitar as determinações da corte, mesmo que a Hungria tenha se posicionado informalmente contra o cumprimento da ordem.

Viktor Orbán, que ocupa a presidência semestral da União Europeia, tem um histórico controverso ao lado da Rússia e está em uma crescente tensão com outros líderes europeus. Sua recente provocação, incluindo uma visita não anunciada a Moscou, sugere um caminho de resistência ao que vê como uma imposição legal externa.

O convite de Orbán também revela uma divisão crescente dentro da Europa sobre a abordagem a Israel e os conflitos na região. Enquanto a Hungria desconsidera as ordens do TPI, outros líderes, como a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, abordam a questão com cuidado, buscando um equilíbrio entre a política internacional e os direitos humanos.

A situação destaca a complexidade do cenário geopolítico atual e o impacto que ações judiciais podem ter sobre as relações diplomáticas. A próxima cúpula do G7, que ocorrerá em breve, será a oportunidade para discutir mais a fundo as repercussões dessa decisão.

Esse cenário não apenas gera debates acalorados na política internacional, mas também provoca reflexões sobre os limites e a eficácia da justiça global, questionando se, de fato, o mandado de prisão será cumprido ou se resultará em mais um episódio de resistência moral, como sugere a análise de políticos e especialistas.

Os leitores são convidados a compartilhar suas opiniões sobre o contexto atual e suas implicações, bem como a discutir as possíveis repercussões para a paz e a ordem internacional.

Referências

  • https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/11/22/orban-anuncia-que-convidara-netanyahu-a-hungria-para-desafiar-ordem-de-prisao-do-tpi.ghtml
  • https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jose-manuel-diogo/2024/11/o-lider-que-israel-deseja-apagar-de-sua-historia.shtml
  • https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/coalizao-de-meloni-questiona-mandado-de-prisao-do-tpi-contra-netanyahu-e-levara-caso-ao-g7/

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