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O impacto da nova regulamentação da CVM e as consequências para os investidores

Decisão do fundo HCTR11 sobre dividendos
A decisão está alinhada com um novo ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (Imagem: Shutterstock).

O fundo imobiliário Hectare CE (HCTR11) sofreu uma queda drástica de quase 20% em sua cotação, após o anúncio de que não realizará a distribuição de dividendos em dezembro de 2024. Essa decisão foi formalizada em um comunicado enviado aos cotistas na terça-feira (10), justificando a medida pela falta de resultados positivos no mês anterior.

“Em relação ao mês de novembro de 2024, informamos que não haverá distribuição de rendimentos [em dezembro] pois o fundo não apresentou resultado”, diz o aviso oficial.

Essa mudança de postura do HCTR11 está direta e intimamente relacionada a um novo ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que estipula critérios mais rígidos para a distribuição de lucros. Segundo as novas diretrizes, os fundos imobiliários precisam escolher entre calcular os dividendos com base no lucro caixa ou no lucro contábil, sem opções de mudança entre esses dois modelos. No caso do HCTR11, a escolha do modelo contábil revelou prejuízos significativos, em parte devido à desvalorização de alguns ativos.

Considerado um fundo imobiliário de alto risco, o HCTR11 possui sua carteira predominantemente composta por Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Nos últimos meses, esses títulos apresentam uma série de inadimplências, o que tem comprometido tanto a rentabilidade quanto a confiança dos investidores no fundo.

Com um patrimônio líquido estimado em R$ 2,5 bilhões, o valor de mercado das cotas do HCTR11 despencou para cerca de R$ 400 milhões. No mês passado, o fundo havia distribuído R$ 0,37 por cota, um retorno de 1,3% para aqueles que adquiriram cotas antes da suspensão dos dividendos. Contudo, essa interrupção reforça os riscos associados a investimentos em fundos imobiliários de papel, especialmente aqueles expostos a CRIs mais arriscados.

A situação gerou um alarme entre os cotistas, que estão preocupados não apenas com a atual desvalorização, mas também com o futuro do fundo, que pode perder atratividade para novos investidores. A decisão do HCTR11 de suspender os dividendos levanta questionamentos sobre as novas regulamentações da CVM e a necessidade de uma análise mais cuidadosa por parte dos investidores que apostam em fundos imobiliários, principalmente os de alta volatilidade.

Com o cenário em evolução, a necessidade de maior transparência na comunicação entre a administração do fundo e seus cotistas se torna cada vez mais relevante, uma vez que muitos investidores se sentiram surpreendidos com tal decisão abrupta.

O que esperar daqui para frente? O debate sobre gestão de riscos e as escolhas em relação aos modelos de lucros nos FIIs estão mais atuais do que nunca e devem ser considerados por aqueles que buscam segurança e rentabilidade em seus investimentos.

Referências

  • https://investidor10.com.br/noticias/fundo-imobiliario-afunda-na-bolsa-apos-cortar-dividendos-e-deixar-cotistas-furiosos-109652/
  • https://www.infomoney.com.br/onde-investir/fii-hctr11-despenca-20-apos-zerar-dividendos-em-dezembro/

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