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Geni do Carvão, a candidata que afirma ter comprado 1.090 votos, cobra dinheiro de eleitores que não votaram nela

Fachada da Câmara Municipal de Oliveira dos Brejinhos
Fachada de uma casa térrea com tonalidade bege, com a inscrição “Câmara Municipal, a Casa da cidadania”.

Na cidade de Oliveira dos Brejinhos, na Bahia, um grave escândalo eleitoral ganhou destaque após a candidata a vereadora Geni do Carvão (PSD) afirmar que comprou 1.090 votos, mas recebeu apenas 27 nas urnas. Em áudios que circularam por grupos de WhatsApp, Geni faz uma apelativa cobrança via Pix, solicitando que os eleitores devolvam o dinheiro pela falta de votos. “Gente, usa de bom senso, dói na consciência de vocês. Vocês pegaram o meu dinheiro e não votaram em mim. Devolva meu dinheiro, por favor”, chegou a declarar a candidata em um dos áudios, segundo reportagens de veículos como a Folha de São Paulo e o portal Terra.

O escândalo veio à tona quando Geni, ao prestar contas, disse ter recebido R$ 10 mil do fundo eleitoral, dos quais gastou a metade com aluguel de veículo e a outra parte com um cabo eleitoral. Os vereadores eleitos na cidade tiveram, em média, entre 481 a 965 votos, o que torna ainda mais impactante o baixo resultado da candidata.

Ainda mais alarmante é o tom das mensagens enviadas. Em um dos áudios, Geni expressa sua indignação, afirmando que muitos a “roubaram”, e chega a relatar um evento trágico envolvendo uma das supostas eleitores, que segundo ela, “pegou fogo” em casa devido ao que aconteceu. “Não é feliz quem fez isso comigo… Graças a Deus, Deus já tá castigando”, disse Geni.

O deputado federal Sérgio Brito (PSD-BA), que repassou a cota do fundo eleitoral à candidata, afirmou que não tinha conhecimento sobre os áudios ou as ações da candidata. O partido anunciou que abrirá uma investigação interna para apurar o caso, com o presidente do PSD na Bahia, Otto Alencar, afirmando que a lei deve ser aplicada rigorosamente contra quem errou.

Este episódio não é isolado em um cenário político já bastante conturbado. Recentemente, a Polícia Federal também prendeu o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e alvo de investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado. As acusações e desdobramentos desses eventos mostram um momento crítico para a política brasileira.

A compra de votos é crime eleitoral, e, segundo o artigo 299 do Código Eleitoral, pode resultar em até quatro anos de prisão e multas. A comunidade local de Oliveira dos Brejinhos, com cerca de 20.000 habitantes, se vê envolvida em um escândalo que questiona a ética e a integridade das eleições no Brasil, abrindo espaço para o debate sobre a necessidade de reformas e fiscalização mais rigorosa no pleito.

Os desdobramentos desse caso continuam a chamar a atenção da mídia e da sociedade, levantando questões importantes sobre a política local e a necessidade de maior responsabilidade e transparência nas eleições. Espera-se que as investigações tragam clareza e justiça às ações tomadas por aqueles que mancharam a integridade do processo eleitoral.

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Referências

  • https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/candidata-a-vereadora-na-bahia-cobra-pix-apos-afirmar-que-comprou-1000-votos-e-recebeu-apenas-27-nas-urnas,e488e20b0a2e89711540dc26de98aa9fyt2w3mt8.html
  • https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/12/suposta-candidata-fala-que-comprou-1000-votos-recebeu-so-29-e-pede-devolucao-em-pix-ouca.shtml
  • https://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/2024/12/14/pf-prende-braga-netto.ghtml

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