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Quem é a liderança que está mudando a face da política na Alemanha?

Alice Weidel, candidata do partido de ultradireita alemão AfD.
Fonte: Reuters

Alice Weidel, economista de 46 anos e candidata a chanceler pelo partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), tem se destacado nas últimas eleições, aproveitando a insatisfação popular com o governo atual. Conhecida por sua postura anti-imigração e sua defesa do fim do apoio à Ucrânia, Weidel é um rosto público inusitado para um partido que tradicionalmente tem dominância masculina.

A trajétoria da candidata é marcada por contrastes. Com dois filhos de uma união homoafetiva e fluência em mandarim, ela traz uma perspectiva cosmopolita ao partido que, muitas vezes, é visto como extremista. “Seu perfil incomum é precisamente o que faz dela uma vantagem para a AfD”, afirmam analistas políticos. Com um estilo sóbrio, geralmente vestindo ternos escuros e pérolas, ela se apresenta como uma figura mais equilibrada e preparada que muitos de seus colegas.

Embora a AfD tenha crescido expressivamente nas pesquisas, alcançando o segundo lugar em muitas delas, sua assiduidade à política permanece marcada por polêmicas. Weidel tem atraído a atenção de figuras internacionais, incluindo o CEO da Tesla, Elon Musk, que expressou apoio ao partido. Recentemente, ela se reuniu com o vice-presidente americano JD Vance em um evento na Conferência de Segurança de Munique, onde discutiu temas sensíveis como a guerra na Ucrânia.

A candidata a chanceler do Alternativa para a Alemanha, Alice Weidel.
Fonte: Ralf Hirschberger / AFP

A ideologia de Weidel, que inclui políticas como “remigração”, provoca controvérsia e levanta questões sobre a natureza de sua liderança. “Com ela no cargo, o partido está se radicalizando cada vez mais”, ressalta Ann-Katrin Müller, especialista que analisa o AfD. Apesar dos avanços, todos os principais partidos na Alemanha se opõem a qualquer aliança com Weidel e seu grupo.

Em um debate recente, Weidel foi a única a defender a interrupção do apoio alemão a ucranianos em conflito contra a Rússia, propondo uma postura de neutralidade. Surpreendentemente, embora tenha se tornado a primeira mulher a liderar um debate do AfD, sua ascensão continua cercada de críticas, especialmente devido ao passado de seu avô, que foi membro do partido nazista.

O futuro político de Alice Weidel e da AfD ainda é incerto, especialmente com as eleições de 2025 se aproximando. No entanto, seu papel já provocou um efeito significativo na política alemã, ao introduzir uma nova face na ultradireita. “Ela se tornou o rosto do partido por sua biografia e habilidade de comunicação”, analisam especialistas. O desafio dela será reconciliar sua vida pessoal com a ideologia de seu partido, uma contradição que continua a intrigá-los.

Com a crescente popularidade do AfD e a atenção que Weidel chama, seus apoiadores e críticos aguardam para ver qual será o próximo capítulo na política da Alemanha.

Referências

  • https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/quem-e-alice-weidel-candidata-da-ultradireita-que-ganha-forca-na-alemanha/
  • https://www.folhape.com.br/noticias/confira-as-contradicoes-da-lider-do-partido-de-extrema-direita-da/393276/

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