Dados do IPCA mostram impacto significativo da energia elétrica e de reajustes escolares
Energia elétrica pesou sobre o IPCA de fevereiro — Foto: fanjianhua no Freepik
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a principal medida de inflação do Brasil, registrou um aumento de 1,31% em fevereiro de 2025, o maior índice para o mês em 22 anos. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 12 de março, revelam que essa elevação foi fortemente impulsionada pelo crescimento de 16,80% nas tarifas de energia elétrica residencial.
Esse aumento é o mais significativo desde março de 2022 e causou um impacto de 0,56 ponto percentual no índice geral. Em janeiro, a inflação havia sido de apenas 0,16%, o que evidencia a diferença brusca entre os dois meses. A alta acumulada de 5,06% em 12 meses também está acima da meta estabelecida pelo Banco Central, que permite uma faixa de tolerância de 1,5% para mais ou para menos.
Os altos preços na educação, resultado de reajustes nas mensalidades escolares, representaram outro fator relevante, subindo 4,70% em fevereiro. Segundo José Fernando Pereira, gerente da pesquisa do IPCA, “A educação foi a segunda maior responsável pela inflação do mês, refletindo os ajustes típicos do início do ano letivo.”
No grupo de alimentos e bebidas, embora tenha ocorrido uma alta de 0,70%, os preços mudaram em um ritmo menos acelerado em comparação a janeiro, quando o aumento foi de 0,96%. Os itens que mais subiram foram o café moído (10,77%) e o ovo de galinha (15,39%). O aumento do preço do ovo está relacionado à alta nas exportações e à demanda crescente com a volta às aulas.
Custo da energia elétrica residencial aumenta 16,8% em fevereiro, diz IBGE.
A inflação de serviços, que está sob vigilância do Banco Central, também apresentou elevações, principalmente nas tarifas de serviços públicos e despesas pessoais. Com a taxa Selic atualmente em 13,25% ao ano, as expectativas de mais aumentos nas taxas de juros são iminentes, caso a inflação continue a pressionar a economia.
Com a diminuição do padrão de difusão da inflação, que caiu para 61%, isso indica que a pressão inflacionária não está tão dispersa em vários produtos, mas concentrada em poucos segmentos, como habitação e educação. Isso significa que, dos 377 produtos e serviços pesquisados, 61% apresentaram elevação de preços.
Ao observar o cenário geral, o aumento expressivo na inflação e seu impacto na vida dos cidadãos exigem um monitoramento rigoroso e medidas eficazes por parte do governo e instituições financeiras para garantir um controle adequado sobre a economia.
O que opinam os leitores sobre as medidas que devem ser adotadas para lidar com esta situação? Comentários e opiniões são sempre bem-vindos.
Referências
- https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/03/12/ipca-precos-sobem-131percent-em-fevereiro-diz-ibge.ghtml
- https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-03/inflacao-de-fevereiro-fica-em-131-maior-desde-marco-de-2022
- https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/03/12/ipca—fevereiro-2025.htm