Clubes brasileiros pressionam a Conmebol por mudanças em punições relacionadas ao racismo
Bandeira do Grêmio hasteada. Fonte: Divulgação/Grêmio
No último dia 11 de março de 2025, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, anunciou uma iniciativa ousada: “Se a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime [racismo], por que não pensar em nos filiarmos à Concacaf?”, sugeriu, buscando propor aos clubes brasileiros a saída da Confederação Sul-Americana de Futebol. Essa movimentação surge em resposta a uma série de eventos de racismo que têm ocorrido nas competições, particularmente após o recente episódio em que o atacante Luighi, da equipe sub-20 do Palmeiras, sofreu injúrias raciais durante um jogo contra o Cerro Porteño, no Paraguai.
Como parte dessa frentede ação, o Grêmio decidiu se juntar ao Palmeiras na reclamação sobre as punições consideradas inadequadas. O clube tricolor se manifestou em apoio, enfatizando a necessidade de uma revisão das sanções aplicadas pela Fifa e Conmebol. “O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense aderiu, nesta semana, ao movimento proposto pela SE Palmeiras”, declarou Alberto Guerra, presidente do Grêmio.
Os clubes expressam que as penalidades atuais são branda e insuficientes para lidar com a gravidade do problema do racismo no futebol sul-americano. A Conmebol, que multou o Cerro Porteño em 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil), também determinou que o clube paraguaio não poderá contar com a presença de sua torcida durante os jogos da competição. Entretanto, tanto Palmeiras quanto Grêmio consideram essa resposta ineficaz e pedem por medidas mais rigorosas.
Além da punição financeira, a Conmebol exigiu que o Cerro Porteño promova campanhas contra o racismo em suas redes sociais, pedindo uma conscientização significativa durante a Libertadores Sub-20. Contudo, Leila Pereira afirmou que as sanções são desproporcionais, como ilustrado pelas multas aplicadas a clubes em casos de uso de sinalizadores e outras infrações. “É um absurdo”, criticou a presidente do Palmeiras.
Enquanto isso, o apoio e a união entre clubes rivais, como Palmeiras e Grêmio, demonstram um esforço conjunto para enfrentar a intolerância racial no esporte, uma questão que afeta não apenas o futebol, mas toda a sociedade.
A luta contra o racismo no esporte continua e a pressão sobre as entidades responsáveis, como Fifa e Conmebol, deve persistir. O movimento contra o racismo está apenas começando, e a participação da torcida e dos clubes será essencial para promover mudanças efetivas.
Imagem de destaque: Bandeira do Grêmio hasteada. Fonte: Divulgação/Grêmio
Referências
- https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2025/03/estatutos-deixam-brecha-mas-mudanca-de-confederacao-e-improvavel.shtml
- https://www.lance.com.br/gremio/gremio-se-junta-a-palmeiras-em-pressao-a-conmebol-contra-atos-racistas.html