Decisão gera controvérsia sobre a responsabilização do ex-presidente e evidências apresentadas
O ex-presidente Jair Bolsonaro falou com a imprensa após se tornar réu por golpe de Estado — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu arquivar, no último dia 28 de março, a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado Gutemberg Reis, relacionada a uma suposta fraude nos certificados de vacinação contra a Covid-19. A decisão, proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, se deu após o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, solicitar o encerramento do caso, alegando a falta de provas que sustentassem as acusações.
A Procuradoria-Geral da República informou que não havia elementos suficientes para confirmar as declarações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que afirmou ter agido sob suas ordens em relação à falsificação do cartão de vacina. Embora a investigação tenha sido arquivada, a delação de Cid permanece válida e suas informações têm relevância em outros casos, como a tentativa de golpe de Estado da qual Bolsonaro é réu.
Desde a primeira instância, a Polícia Federal (PF) havia apontado indícios de que Bolsonaro e outros implicados inseriram dados falsificados nos registros do Ministério da Saúde, associando essa ação a uma estratégia para manter a proximidade do poder. Contudo, ao solicitar o arquivamento, a PGR sublinhou que os elementos apresentados não garantiam a responsabilização do ex-presidente. O fato de a PF ter constatado que informações incorretas foram inicialmente adicionadas, mas posteriormente apagadas, suscita debates sobre a gravidade da situação.
Fontes da Polícia Federal expressaram que a decisão de arquivar o inquérito parecia “prematura”, apontando que havia indicações de conexão entre a falsificação do cartão de vacina e a suposta tentativa de golpe de Estado, conforme relatórios que incluíam mensagens e gravações relacionadas ao caso.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, criticou a decisão afirmando que tanto Moraes quanto Gonet tratavam o caso como insignificante, considerando que as ações de Bolsonaro durante a pandemia poderiam ser vistas como uma responsabilidade significativa, tendo levado ao falecimento de muitas pessoas. Ao mesmo tempo, as opiniões divergentes sobre a gravidade das fraudes expõem a complexidade da política nacional e a forma como os eventos da pandemia ainda reverberam na sociedade.
PGR pediu o arquivamento do caso contra Bolsonaro sobre vacinas.
A repercussão da decisão do STF e das declarações da PGR está longe de ser unânime, evidenciando um ambiente político polarizado em relação à figura de Jair Bolsonaro. A discussão agora se direciona para a continuidade das investigações e para outras implicações legais que possam surgir.
Este desfecho gera questões sobre a transparência e a responsabilidade de figuras públicas em ações que envolvem a saúde da população e a ética na administração pública. Os leitores são convidados a compartilhar suas opiniões sobre o assunto nos comentários e a discutir a importância da responsabilização no cenário político atual.
Referências
- https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/03/28/stf-concorda-com-pgr-e-arquiva-investigacao-de-bolsonaro-no-caso-do-cartao-de-vacina.ghtml
- https://www.cnnbrasil.com.br/politica/arquivar-inquerito-das-vacinas-e-prematuro-dizem-fontes-da-pf/
- https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/03/28/jair-bolsonaro-cartao-vacina-vacinacao-stf-acao-processo-arquivado.htm