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Como as decisões de Washington afetam a já delicada situação no Haiti?

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Os Estados Unidos tomaram medidas drásticas, intensificando as sanções ao Haiti em um momento crítico de sua história. Nesta semana, o governo dos EUA, capitaneado pelo secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou que duas das gangues mais poderosas do Haiti, a Viv Ansanm e a Gran Grif, foram classificadas como “Organizações Terroristas Estrangeiras”. Essa decisão, segundo Rubio, busca remediar uma situação onde “a era da impunidade para aqueles que apoiam a violência no Haiti acabou”.

O Haiti, que já é um dos países mais pobres do mundo, sofre graves consequências com o aumento das hostilidades. As gangues, que controlam cerca de 85% de Porto Príncipe, intensificam os ataques, o que tem levado a uma escalada de violência e a um cenário humanitário alarmante. “Os gangues haitianos são a principal fonte de instabilidade e violência no país”, afirmou Rubio, enfatizando que a situação apresenta “uma ameaça direta aos interesses de segurança nacional dos EUA”.

Em adição a isso, o governo haitiano declarou estado de emergência em todo seu território por um período de três meses. Esta medida busca facilitar intervenções de forças de segurança, diante da deterioração significativa da segurança pública. “Dada a magnitude da situação, é imperativo decretar uma grande mobilização dos recursos e meios institucionais do Estado”, destaca um comunicado governamental.

A ONU informou que o nível de violência no Haiti é alarmante, com mais de 1.600 mortes registradas apenas nos primeiros três meses do ano. A quantidade crescente de deslocados e aqueles que enfrentam insegurança alimentar se torna uma preocupação crescente. Segundo estimativas, 5,7 milhões de haitianos estão em situação de fome aguda, sendo dois milhões em níveis de emergência.

Em meio a esse cenário, especialistas têm alertado sobre as “consequências letais” que essa decisão pode ter para a população. As sanções podem afetar remessas e limitar o apoio humanitário, prejudicando ainda mais os civis que já sofrem por conta das gangues. “Se bancos ou empresas, como Western Union, temerem ser processados, podem interromper os envios”, afirma Vanda Felbab-Brown, especialista do Brookings Institution.

Além dessas preocupações, há um aumento na formação de brigadas de autodefesa, que refletiu uma resposta desesperada da população à insegurança. Contudo, a crescente militarização dessas brigadas gera receios sobre um possível colapso total da ordem pública e da segurança no Haiti.

O futuro do Haiti permanece incerto, enquanto as sanções dos EUA se somam a um ciclo de precariedade, levando à busca de soluções urgentes para uma população que já viu muito sofrimento. Discutir e compartilhar essa situação é fundamental para que a comunidade internacional e a sociedade civil se mobilizem em prol deste povo.

Referências

  • https://www.ocafezinho.com/2025/05/03/ao-inves-de-ajudar-eua-resolvem-asfixiar-financeiramente-o-haiti/
  • https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2778463/haiti-declara-estado-de-emergencia-em-todo-o-territorio-por-3-meses


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