Incidentes graves marcam a tensão na fronteira e atentam contra a segurança das forças de paz
Membros das forças de paz da ONU (Unifil) observam a fronteira entre o Líbano e Israel, sobre uma torre de vigilância na cidade de Marwahin, no sul do Líbano, em 12 de outubro de 2023. — Foto: REUTERS/Thaier Al-Sudani
Neste domingo, 13 de outubro de 2024, um incidente grave ocorreu no sul do Líbano, quando dois tanques israelenses invadiram uma base da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil). A ONU denunciou o ataque como uma “violação chocante” do direito internacional.
De acordo com a ONU, por volta das 4h30 da manhã, enquanto as tropas de paz estavam em abrigos, os tanques Merkava de Israel destruíram o portão principal da posição, solicitando que as luzes do local fossem apagadas. O comunicado da Unifil afirmou que os tanques permaneceram na base por cerca de 45 minutos e que, após serem alertados, partiram sem qualquer explicação.
Além da invasão, a situação foi agravada por relatos de disparos de armas a 100 metros da posição da Unifil, que resultaram na emissão de fumaça. Esse incidente causou irritações na pele e reações gastrointestinais em 15 soldados, que foram rapidamente atendidos. A ONU reafirmou a necessidade de garantir a segurança e integridade de seus colaboradores, enfatizando que “qualquer ataque deliberado a pacificadores é uma grave violação do direito humanitário internacional”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em uma carta ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu a remoção urgente das forças de paz da ONU da região, alegando que a presença delas poderia estar facilitando a proteção do Hezbollah durante os conflitos.
As tensões entre Israel e o Hezbollah têm escalado nas últimas semanas, resultando em um número significativo de mortos e deslocados. A escalada também levou a condenações internacionais, incluindo a da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que chamou as ações israelenses de “inaceitáveis”. O ministro da Defesa da Itália convocou o embaixador de Israel para expressar formalmente o protesto do governo italiano.
A ONU, por sua vez, reafirmou sua disposição de continuar com suas operações no Líbano e pediu explicações sobre as violências cometidas contra suas forças, sublinhando que “invadir e entrar em uma posição da ONU é uma violação adicional do direito internacional”. A instabilidade na região gera preocupações sobre a segurança das forças de paz e a proteção da população local, que já enfrenta o impacto dos contínuos conflitos.
Este novo capítulo na relação já tumultuada entre Israel e o Hezbollah lança mais sombras sobre a segurança no Oriente Médio, ressaltando a necessidade de abordagens diplomáticas eficazes e cobrança de responsabilidades em casos de ataques a forças de paz.
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Referências
- https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/10/13/israel-afirma-que-um-tanque-sob-fogo-inimigo-colidiu-com-um-posto-da-onu-no-libano.ghtml
- https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/onu-diz-que-israel-invadiu-base-das-forcas-de-paz-no-sul-do-libano/
- https://www.estadao.com.br/internacional/israel-onu-libano-invasao-forca-paz-nprei/