O que esperar da disputa entre Yamandú Orsi e Álvaro Delgado?
Yamandú Orsi, candidato da Frente Ampla à Presidência do Uruguai, vota no departamento de Canelones — Foto: Eitan ABRAMOVICH / AFP
Neste domingo, 27 de outubro, os uruguaios foram às urnas para as eleições gerais, que colocaram frente a frente dois candidatos com visões diferentes para o futuro do país. A esquerda, representada por Yamandú Orsi, da Frente Ampla, e a centro-direita, liderada por Álvaro Delgado, do Partido Nacional, estão prestes a se enfrentar em um segundo turno marcado para o dia 24 de novembro. As projeções indicam que Orsi obteve cerca de 44% dos votos, enquanto Delgado ficou com aproximadamente 27%.
Em um discurso repleto de otimismo, Orsi comentou sobre a importância da democracia, afirmando que “não há coisa melhor do que um povo fazendo sua história”. Já Delgado ressaltou sua experiência ao lado do atual presidente, Luis Lacalle Pou, como um diferencial: “Não preciso fazer uma pré-temporada, basta começar a jogar”, disse o candidato governista.
Candidato do Partido Nacional à Presidência do Uruguai, Alvaro Delgado acena após votar em Montevidéu — Foto: Santiago Mazzarovich / AFP
Além das votações para presidente, também ocorreram referendos sobre propostas de mudanças constitucionais, incluindo uma polêmica em torno de um plano para a previdência que é visto como arriscado por economistas. Os eleitores se manifestaram sobre medidas como a redução da idade mínima para aposentadoria de 65 para 60 anos, o que foi defendido por setores de esquerda e pela central sindical única Pit-CNT.
Contudo, especialistas alertam que essa proposta poderia gerar um custo significativo para os cofres públicos, impactando as finanças do país em meio à recuperação dos efeitos da pandemia e da seca histórica do ano passado.
Candidato do Partido Colorado à Presidência do Uruguai, Andrés Ojeda vota em Montevidéu — Foto: DANTE FERNANDEZ / AFP
Acompanhada por um clima de relativa tranquilidade, a eleição no Uruguai se destaca pela ausência de ataques diretos entre os candidatos, que prometem aceitar os resultados independentemente de como eles se desenrolarem. Essa característica é vista como um reflexo da consolidação democrática do país em tempos de turbulência política na América Latina.
Com o comparecimento às urnas alcançando 89% dos eleitores, as atenções agora se voltam para o segundo turno, onde as propostas e visões de mundo de Orsi e Delgado serão objeto de um intenso debate.
A discussão está aberta: o que você espera das propostas dos candidatos para os próximos quatro anos no Uruguai? Deixe seus comentários abaixo e compartilhe sua opinião!
Referências
- https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/10/27/projecoes-apontam-para-segundo-turno-na-eleicao-presidencial-no-uruguai.ghtml
- https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/opositor-de-esquerda-e-governista-de-centro-direita-vao-ao-2o-turno-no-uruguai/
